quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


Dou-te minha voz...
Meu céu e meu mel
Dou-te minhas palavras, dou-te meu silêncio
Entrego a ti, a exatidão dos sentidos inexatos...
Dou-te minha presença ardorosa e minha ausência sentida
Tomo-te em meu corpo... Faço de mim tua morada
Devoro-te e entrego-me
Aceito as promessas não cumpridas, as compreensões veladas
Aceito as fugas e os encontros
Entrego-me como presa ao predador
Faço-me nua, crua, sua, inteira, toda, em partes, como for
Pede-me e eu dou
Pede-me e me dou
Entregue-se e tome-me em teu abraço, em teus braços, laços e enlaces
Fortuna de um querer que nos embriaga os sentidos
Entregue-se e me renego
Desfaço escolhas, renego pele e corpo, para entregar-me inteira aos sentidos e sensações que emanam de nós
Entrego-me e te aceito
Em nossas condições
Em nossas compreensões
Em nossas incompreensões
Em nossas faltas e exageros
Em nossas falhas e certezas
Pede e eu fico
Pede e eu vou
Pede e eu aceito
Pede e eu renego
Pede e eu me entrego
Pede. Pede-me
Tome-me
Beba-me
Aceite-me.

Danielle Sgorlon

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